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Três junhos em Londres


Capítulo três
"Gotta you"

Três junhos em Londres - Por Yash
Naquele dia eu tinha ficado em casa. Meu pai chegaria hoje e eu não queria mais atrapalhar tinha Chloe, mesmo ela sendo um amor. Já tinha se passado uma semana que eu não via , ele tinha dois shows em Dublin e só voltava hoje para o show da 02 arena que tinha convidado eu e parar ir. Eu ainda não tinha certeza se ia, - mas iria fazer um escândalo se eu não fosse - então resolvi concordar com tudo que ela falava no telefone. Hoje não era uma dos meus melhores dias, já se passavam das onze e eu ainda estava na cama de baixo do meu edredom de bolinhas coloridas vestindo o meu pijama quadriculado que eu tanto amava. Parecia que eu tinha acordado com um buraco no meu coração novamente, eu pensava no que tinha acontecido no Brasil o que deu um nó na garganta. Estava sendo diferente aqui, alias estava sendo perfeito, acho que ser amada era algo estranho pra mim, mas no entanto, era algo que eu nunca queria mais deixar de sentir. Eu tinha medo de todos me deixarem, tinha medo de tudo se repetir como antes.
Levantei da cama e me sentei no chão,encostando-me no pé da cama quando ouvi o barulho do meu celular tocando, estendi a mão sobre a cabeceira e vi o visor, era o Peter. Ele na verdade tinha sido um dos meus melhores amigos, mesmo nos conhecendo apenas a uma semana. Ele era o tipo de pessoa que eu poderia desabafar a qualquer hora do dia.

- Oi – sussurrei.
- O que foi florzinha? - A voz preocupada dele do outro lado me fez ficar mal, não queria ele preocupado comigo.
- Só acordei meio depre. - admiti.
- Você quer dividir? - Ele perguntou com a voz baixa e eu hesitei, ainda não era hora de falar dos meus antigos problemas pra ele, ou eu mesma não queria me lembrar deles.
- Prefiro guardar pra si mesma, às vezes não falar dói menos – falei triste e o ouvi suspirar do outro lado da linha.
- Pensei que estivesse animada para o show da One direction hoje – ele confessou animado e eu sorri.
- Eu estou, tá falando disso a semana toda – Tinha me esquecido que Peter também iria.
- Pelo menos isso, agora levanta dessa cama, se arruma, que mais tarde eu estou passando ai pra pegar vocês duas.
- Como você sabe que eu estava dormindo? - Perguntei franzindo o cenho e ouvi uma risada do outro lado da linha.
- Com essa voz rouca, da pra notar de longe, queridinha.
- Ok, eu preciso comer algo, estou morrendo de fome, te ligo mais tarde pode ser? - Falei me levantando já com o estômago doendo, não tinha comido nada antes de dormir, apenas tinha me jogado na cama, chorado e dormido.
- Tudo bem, até mais então – Ele sussurrou e desligou.

Desci as escadas e fui até a cozinha e coloquei dois pães na torradeira, ainda pensando na noite passada, não era por que eu confiava nele ou em que eu não queria contar essas coisas, era porque eu queria esconder de mim mesma. Relembrar às vezes dói, e dói mais ainda quando você relembra aquela história com a sua própria voz. Eu só queria esquecer, eu não estava pronta pra relembrar o passado, eu preferia enterrá-lo junto com todas as lembranças que tinham me machucado.
Tirei os pães da torradeira e passei manteiga e os mordi. Está de volta a Londres era tão significante pra mim, eu estava vivendo todos os meus sonhos, não tinha mais nada que eu pudesse querer e mesmo assim eu me sentia vazia, como se faltasse alguma coisa.

* * * * *
Já se passavam das oito horas da noite quando a buzina do carro de Peter me despertou. Acabei de passar o batom e me olhei no espelho, calça cumprida branca, uma regata cor de rosa e um casaco de couro preto e uma sapatilha. Acho que daquela vez eu tinha acertado no look. Sorrindo, corri descendo as escadas o encontrando buzinando mais uma vez com uma no banco de trás gritando o que me fez rir.

- Qual é dessas gritarias toda? Tem alguém morrendo? - Perguntei entrando no carro e me sentei no banco de carona e Peter deu a partida no carro.
- Não, só que tem fãs loucas lá, fãs completamente PIRADAS e que fazem qualquer coisas pra tocar nos meninos e se não fomos logo é bem capaz delas me reconhecerem e me ameaçarem de morte se eu não levar elas lá pro backstage – explicou e eu comecei a rir.
- Sério? - Perguntei.
- Não, só a parte de fãs loucas e piradas. - Peter avisou e depois deu uma risadinha.

Fomos o caminho inteiro cantando Hey jude dos Beatles enquanto Peter ria descontroladamente da voz desafinada de a fazendo ficar mais puta da vida ainda. Quando chegamos lá, eles tinham razão sobre fãs loucas e piradas, era mais que isso, parecia que o mundo inteiro estava acabando e elas precisassem entrar naquela arena para serem salvas, coisa que eu achei meio louca. Cartazes como ' me come' ' nós te amamos' ' me beija' eram visivelmente vistos por todos os cantos daquele lugar, inclusive para o resto dos meninos da banda o que me fez rir cada vez mais, aquilo era idiota demais, ficar babando pelo idiota de . Subimos para os camarotes que eram completamente enorme, tinha sofás, televisão e até um bar, olha só. Encontramos com tia Chloe e ela veio até nós sorrindo.

- Olha que ótimo, pegou o melhor camarote pra gente! - Ela falou orgulhosa dando um beijinho em e depois em mim e logo falou com Peter, que pirou por está falando com a mãe de um dos integrantes da boyband mais famosa do mundo.

Me escorei na grade e olhei pra baixo vendo centenas de fãs lá em baixo, gritando o nome da cada um dos meninos. A alegria nos olhos delas era se dar inveja, eu nunca conhecido nenhum membro da minha banda favorita, no entanto, eu sabia como seria está na frente da pessoa que te inspira todo dia, que te faz sentir como se aquela música fosse escrita pra você e pros seus problemas. se escorou na grade ao meu lado e olhou pra mim sorrindo.

- Isso não é incrível? Ver todas essas pessoas, loucas por um abraço, ou por um Oi de uma pessoa que vemos todos os dias – ela disse e eu sorri, eu não via todos os dias, mas era mesmo estranho e incrível ao mesmo tempo. Elas dariam tudo para ter um “Oi” dele, enquanto nós viviamos de conversas e briguinhas inúteis desde que nos reencontramos.
Mas ele era um amigo de infância, brincávamos juntos... Era como se ele já fosse parte da minha família, mesmo se passando tantos anos. Ele não era um completo estranho, não pra mim, eu o conhecia muito bem.
- Deve ser boa a sensação de ser amado por milhares de pessoas – suspirei e sorriu.
- E ser julgado pela metade que sobrou... - Ela suspirou e eu olhei pra ela. Como assim julgados? Pelo que eu saiba eles estavam longe disso.
- Como assim? - Perguntei
- Eles tem muitas fãs , mas como eles tem fãs, eles tem pessoas que não gostam deles, que os julgam, xingam... Mas eles sabem sobreviver com isso, eles sabem que todos os boatos que soltam é mentira, e eles não precisam provar a verdade pra ninguém a não ser pra eles mesmos ou para as pessoas que eles amam. Quando você tem certeza que você é uma estrela e tem pessoas que te amam e dizem que você realmente é uma, não importa o que a outra metade diz. - Ela sorriu pra mim e eu olhei pra ela e sorri fraco, queria ser assim um dia.

A cortina se abriu e o grito de milhares de fãs foram ouvidos, e cinco meninos apareceram e várias faíscas se soltaram e o som tão conhecido de One thing começou a tocar. E parecia que o mundo tinha parado ali quando encontrei entrando no palco e cantando seu verso daquela música, eu não tinha ideia do que estava acontecendo, mas de repente eu lembrei de algo, algo que havia acontecido muito tempo atrás e que era sem dúvida, uma dos melhores momentos da minha infância.


Flasback on

- , o que você quer ser quando crescer? - O menino perguntou ofegante depois de correr dois quarteirões inteiros de bicicleta com , que colocou o descanso em sua bicicleta e sentou-se na calçada.
- Eu ainda não sei... É tudo tão estranho ainda. – A menininha deu de ombros e viu sorrir e sentar-se ao seu lado.
- E você ? O que você quer fazer quando crescer? - Ela virou a rosto para olhar para os olhos brilhando do menino que apenas sorriu.
- Cantar para um estádio cheio de pessoas – ele sussurrou e a garota se espantou. Aquele era um sonho muito grande para a idade dele, ele só tinha oito anos e ela seis.
- Gosto quando você pensa muito grande, me faz querer ser alguém enorme também... Só não sei se consigo – A garotinha sorriu triste e levantou seu queixo a fazendo olhar pra ele.
- Você vai ser alguém muito grande , acredita em mim, e quando a gente crescer eu vou ter o prazer de te ver realizando o que quer que você seja e dizer que eu tinha razão.
- Mas eu sou pequenininha. - sorriu.
- Mas é pequenininha mais grande que eu já vi – o garoto sorriu sincero fazendo sorrir.
- Então acho que eu já sei o que eu quero ser... - Ela olhou para que espera ansioso para a resposta. De repente viu os olhos da menina brilharem.
- Uma estrela de cinema.


Flasback of

Sorri consigo mesma com aquela lembrança que não costumava ser tão frequente assim, não daquele jeito, não especial como tinha sido agora, olhei para cantando e sorri. Ele tinha realizado o sonho dele. E agora esperava que ele tivesse razão quando tinha dito que eu iria conseguir realizar os meus.
Quando eu fui dar conta, o show já tinha acabado e as pessoas já tinham começado a sair da arena enquanto continuava lá, distraída com todos os esses pensamentos. Eu tinha que parar de ser lerda, isso era uma coisa que eu teria que trabalhar mais.
Seguimos pra fora do camarote e um segurança que tinha um crachá da "1D" nos guiou para um enorme corredor onde passavam várias pessoas, carrinhos de figurinos, seguranças e alguém berrando do em uma sala gigantesca.

- PAREM COM ISSO!!!!! - Uma mulher que não passava dos quarenta anos gritava descontroladamente, enquanto o garoto que eu conhecia como andava com um carrinho de golfe pra lá e pra cá enquanto um completamente louco estava em pé atrás.
- Chloe, ainda bem que você chegou, esses garotos são uns tormentos depois do show! - A mulher falou e abraçou tia Chloe que apenas estava rindo.
- Joan, essa é a . essa é Joan, ela que cuida da voz dos meninos – Tia Chloe apresentou e eu sorri apertando a mão de mulher que tinha enormes cabelos loiros.
- Hey! - Os meninos pararam de andar com o carrinho de golfe e vieram até nós, sorriu e abraçou e que depois abraçou tia Chloe. Logo em seguida seus olhos se forcaram em mim e os dois sorriram.
- Oi, você deve ser a . não parou de falar em você a semana inteira – sorriu me abraçando e eu senti minhas bochechas rosarem, estava falando de mim? Logo depois recebi um abraço de Niall que apenas sorriu pra mim.
- Espero que sejam coisas boas – falei envergonhada e e sorriam.
- Você nem imagina – piscou pra mim.
- HEY! Eu ouvi isso! - Um sem camisa apareceu dando dois tapas na cabeça de e me fazendo sorrir envergonhada, eu tinha que parar de ficar nervosa toda vez que eu o via. Tia Chloe estava em outro corredor em uma conversa engatada com Joan. Enquanto eu e conversavamos com e . veio em nossa direção e o meu coração começou a acelerar, droga , droga!

- AAAH NÃO! VOCÊ É A ?? - Alguém correndo passou por que eu chutei ser , e eu sorri quando ele me abraçou.
- Garota ouvimos muito sobre você! - Ele passou um dos braços sobre o meu ombro me fazendo corar e chegou mais perto de mim e de .
- Espero que seja coisa boa – repeti olhando para que não tirava os olhos de mim.
- Vocês gostaram do show? - desconversou e depois deu um sorriso animado e eu assenti.
- Vocês sempre arrasam né? - abraçou o irmão que deu um beijo em sua testa me fazendo sorrir. ainda tinha a mão em meu ombro enquanto via o momento “irmãos”.
- Awn que fofinho, acho que vou chorar. Por que você não é assim comigo ? - fez cara de choro e me abraçou. - Agora a que é a minha melhor amiga escutou? Eu estou te deixando, não só como amigo como quando você precisar de mim pra outras coisas! - Ele imitou uma cara de choro e engatou uma risada, era incrível a forma que eles imitavam ser gays, eles pareciam fazer isso só de sacanagem.
- Em casa conversamos, fez uma careta para SCRIPT>document.write(Louis)
que engatou uma risada me fazendo rir junto com ele e . Logo depois apareceu e eu vi as bochechas de corarem, ele sorriu quando me viu e empurrou Louis que tinha a mão ainda presa aos meus ombros.
- Oi – ele sorriu.
- Oi – falei e dei um sorriso depois ele falou com e a abraçou. E fez uma careta e logo olhou pra mim ainda incomodado com o abraço dos dois. Fiz uma careta pra ele que e dei um risinho no final e o mesmo me deu língua, me fazendo rir.

Tinha se passado pelo menos trinta minutos que estávamos rindo com todas as palhaçadas que os meninos faziam, eles tinha uma energia boa, mesmo estando cansados de tanto fazerem shows eles ainda estavam ali, sorrindo pra todos que vissem pela frente. Sai do sofá onde eu estava com , enquanto eles falavam sobre as coisas engraçadas que aprontaram e Dublin e avisei que iria até o banheiro. Sai da sala onde eles estavam e passei pelo corredor, não foi tão difícil assim encontrar o banheiro feminino, entrei e me olhei no espelho e senti algo bom, era bom me sentir assim ás vezes, fazia tanto tempo que eu não ria. Abri a bolsa e retoquei a maquiagem e sai. Quando fui ver, já estava perdida no meio de tantas portas e corredores, quando me dei conta, fui parar no lugar mais incrível e espetacular que eu já tinha visto em toda a minha vida. Era o palco onde eles tinham se apresentado a horas atrás, que agora estava vazio, assim como toda a arena, e apenas o eco dos meus passos eram ouvidos. Fiquei ali olhando para aquela plateia enorme, espantada de quão imenso era aquele lugar, deveria ser um sonho se apresentar para tantas pessoas assim.

- Um dia vai ser você nesse palco, só que na Broadway. - Ouvi a voz de atrás de mim e me virei para encara-lo.
- Não sei se um dia vou conseguir. - sorri triste.
- Eu consegui, porque você não vai conseguir? - Ele se aproximou – você nunca desiste dos seus sonhos – Eu amava quando ele me chamava assim e amava como ele me fazia me sentir confiante.
- Porque eu continuo sendo pequenininha – falei com a voz embargada e ele tirou uma mecha do meu cabelo pra trás.
- Você não é pequeninha, você pode até ser meio baixinha, mas é enorme por dentro. Eu tenho certeza disso – ele falou sincero.
- Quando eu te vi cantar hoje, eu me lembrei da nossa infância, foi algo estranho, eu não costumo lembrar dessas coisas desde que eu fui embora – falei confusa e ele franziu o cenho.
– O que você lembrou? - Ele perguntou confuso e eu o olhei.
- Quando éramos pequenos, você tinha me perguntado o que eu queria ser quando crescer, eu disse que não sabia ainda, dai você falou que queria cantar para um estádio cheio de pessoas, era um sonho grande e eu falei que não era capaz de sonhar com uma coisa tão grande assim. E você disse que eu podia, foi ai que eu decidi ser atriz – engoli o seco enquanto ele me observava falar e apenas sorriu.
- Sinto falta dessas coisas – ele sorriu sincero e pegou a minha mão me levando para a ponta do palco e se sentou-se ali, com as pernas caídas para fora do palco e eu fiz o mesmo.
- Você se lembra quando quase botamos fogo no cabelo da ? - começou a rir e eu dei uma gargalhada alta com todas aquelas lembranças.
- Coitada , você era uma peste!
- E você me ajudou. Você que pegou os fósforos! - Ele acusou eu comecei a rir e depois fiz que não com a cabeça.
- VOCÊ ME DISSE QUE ERAM PRA FAZER CACHINHOS NO CABELO DELA!
- Será o que deveria ter acontecido se você não fosse embora? - de repente a voz dele ficou séria e eu dei um sorrisinho triste.
- Você continuaria fazendo sucesso com a sua banda, viajando para todos os cantos do mundo, pegando todas essas garotas lindas – suspirei, mas não olhei pra ele – e eu talvez estivesse formada e quem sabe fazendo algum filme.
- Você sabe que não seria assim , ia ser diferente... Eu ia cumprir a minha promessa.
- Éramos crianças, você não tem obrigação de cumprir esses tipos de coisa – falei sentindo um nó no coração, eu queria que ele corresse atrás daquela promessa que ele tinha feito, mas eu sabia que era tarde de mais.


N/A: Oi gente! Iai o que acharam do capítulo de hoje? Desculpem a demora pra atualizar, juro que não será mais assim. Se na fanfic tiver pelo menos seis comentários, porque gente eles são tão importantes pra mim, vocês nem tem noção! haha, a próxima att sai daqui a cinco dias, combinado? Um beijão!

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